Advogado especializado aponta os
sinais que, segundo ele, valem para empresas de todos os portes e setores
Para Wirthmann Vicente, os indícios de que uma companhia está prestes a
entrar com pedido de recuperação judicial são basicamente os mesmos,
independentemente do porte e setor de atuação. A seguir, ele lista dez desses
sinais.
"Apresentar de um a três destes sinais já é motivo
de preocupação", diz ele. "Identificar os problemas financeiros em fases
iniciais facilita a busca de soluções".
1) Rolagem de dívidas
- O sinal mais preocupante é quando a empresa começa a ter
dificuldades em honrar suas dívidas, rolando em vencimentos com frequência sem
amortizar.
2) Taxas de juros mais altas
- O cenário começa a se deteriorar, com um abismo muito grande
entre as taxas de juros oferecidas a empresas saudáveis e aquelas que sua empresa
está sendo obrigada a pagar. Esse é um sinal de que as instituições já
consideram sensivelmente os riscos de crédito à sua empresa.
3) Dificuldade em captar crédito
- As principais instituições já não concedem crédito à sua
empresa, que é obrigada a recorrer a players menores e variados, com taxas
maiores.
4) Inadimplência
- Contas começam a atrasar e diversos títulos da empresa começam a
ser protestados. O atraso no pagamento de impostos também
pode empurrar uma empresa para uma situação de risco. A constante repactuação e
não cumprimento dos termos negociados é fatal para a credibilidade da empresa.
5) Capital
de giro em frentes não usuais -
Despesas
operacionais básicas começam a ter seus pagamentos atrasados para compensar a falta
do capital de giro. Um exemplo é a conta de luz, que passa a atrasar, sendo
paga apenas no limite para o corte.
6) Demissões sem pagamento de
rescisão -
As dívidas começam a chegar no âmbito
trabalhista, com demissões sendo realizadas sem o pleno pagamento dos direitos
aos funcionários e colaboradores dispensados.
7) Oneração de patrimônio -
Ativos da empresa começam a ser vendidos ou hipotecados em
condições muito inferiores ao valor de face.
8) Fornecedores precificam riscos -
As empresas parceiras começam a reagir diante dos atrasos nos
pagamentos com reduções nos prazos de pagamento e preços maiores que os
praticados com outros clientes. As notas que antes tinham pagamentos com
vencimentos em 60 dias começam a ter pagamentos exigidos em 30, 15 dias ou
mesmo à vista em casos extremos.
9) Fragilização das relações com os
clientes -
O sucessivo não comprimento de prazos nas
entregas pode gerar a utilização de mecanismos não usuais no relacionamento,
como clientes optarem pela compra de matéria prima para a empresa em vez de
fazerem o pagamento convencional.
10) Danos de imagem -
A crise da
empresa já é conhecida por toda o mercado e concorrentes e a situação começa a
vazar pra mídia. A exposição pública agrava a situação com clientes,
fornecedores, funcionários, acionistas e público final.
Fonte: Mirar Gestão