Institucional Consultoria Eletrônica

Torcendo para o Jacaré


Publicada em 05/07/2018 às 09:00h 


Pode parecer mentira, mas existem pessoas nas empresas que no filme do Tarzã, torcem para o Jacaré! Querem sempre ver o pior acontecer! Sentem um prazer indisfarçável quando as vendas caem, quando aparecem clientes insatisfeitos, quando produtos saem com defeito de fabricação, quando a concorrência lança algum produto inédito e assim por diante. 


Quando as vendas caem, o pessoal da área administrativa, do "back-office" logo diz:

 
"- E agora? Vamos ver os 'bons' do marketing e vendas o que vão dizer..."


Quando produtos saem com defeito, o pessoal de vendas diz:


"- Ué! Eles não são todos engenheiros, 'doutores' e os que sabem tudo? Agora quero ver o que vão dizer..."


Quando a concorrência lança um produto inédito e nos pega de surpresa, quase todos dizem: 


"- Queria ver a cara do presidente e dos diretores quando souberam... 


Bem feito! Pensam que estamos sozinhos no mercado! Agora sim, a guerra vai ser prá valer..."


E tudo isso com um tom de sarcasmo e sempre seguido de um: 


"- Eu bem que avisei..."


Esse pessoal precisa compreender que ou todos somos vendedores numa empresa ou não haverá emprego para ninguém. Outro dia eu estava num bar e vi um funcionário de uma fábrica de cerveja bebendo produto do concorrente. Perguntei a ele: 


"- Você não é da empresa tal? 


Ele respondeu: 


"- Sou, sim;


E eu disse:


"- E você está tomando uma cerveja do concorrente?


Ele respondeu:


"- Sou de 'contas a pagar'....


Como ele não é da área de "vendas" ou de "marketing" nada tem a ver com a marca, com o produto de sua empresa!


Parece mentira, mas essas pessoas realmente torcem para o Jacaré! O barco está afundando e elas estão felizes(sic) porque "alguém" será responsabilizado e todos nos "vingaremos".... mortos, é claro, pois estamos todos no mesmo barco! E elas não se apercebem disso. Continuam torcendo para o Jacaré! E quando o Tarzã (a empresa) acaba vencendo os jacarés (concorrência, etc.) , elas ficam frustradas e dizem: "- Desta vez 'eles' conseguiram. Mas, da próxima...".


E às vezes, os que torcem para o jacaré são "excelentes técnicos". Não importa - livre-se deles! Não dá para trabalhar hoje com gente puxando a gente para baixo e para trás. A energia que essas pessoas "sugam" da gente, faz falta no mercado, na criatividade, na vontade de inovar, de sair para o mercado.

Basta você ter uma idéia e eles logo vêm dizendo: "- Você acha que alguma coisa aqui dá certo! Você fica dando idéia - parece bobo!" . Essas pessoas parecem mais um "Bom Bril" - você não acha a ponta delas - e continuam existindo na empresa! São enroladas, enrolam os outros, fazem o clima da empresa ficar sempre "pra baixo". Meu conselho é o seguinte: Se você tem em sua empresa gente que torce para o jacaré, faça uma carta de recomendação ao seu maior concorrente e ... mande embora!

 
Não tenha piedade dessa gente que torce para o jacaré. A empresa hoje tem que ser capaz de dar um verdadeiro "Show" no mercado. E num show não pode ter ninguém que não seja totalmente comprometido, excelente, disponível, com obsessão pela excelência. Desde o iluminador, o técnico de som, cada membro da orquestra, cada dançarino - todos enfim - têm que estar totalmente comprometidos com o sucesso de público. E se a empresa hoje não for capaz de dar um "show" no mercado, não sobreviverá. 


A verdade, hoje, é que é a empresa tem que ser "excelente" em alguma coisa. E ela só será excelente se todos que a compõem forem igualmente "excelentes", torcendo para o Tarzã! 


Pense nisso:


Você é dos que torce para o Jacaré? Você tem em sua equipe ou empresa gente que torce para o Jacaré?

Se tiver, livre-se dessa gente, pois não dá para trabalhar com quem, no filme do Tarzã torce para o Jacaré!

Por Luiz Marins






Sobre o(a) colunista:



Autor: Luiz Marins - Antropólogo. Estudou Antropologia na Austrália (Macquarie University) sob a orientação do renomado Prof. Dr. Chandra Jayawardena (Sri Lanka) e na Universidade de São Paulo (USP) sob a orientação da Profa.Dra. Thekla Hartamann, autor de mais de 13 livros.
E-mail:
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