"Pensar em todos é a
melhor maneira de pensar em si"
(Nizan
Guanaes)
A busca frenética por maior
competitividade é uma luta neurótica por parte de muitos profissionais. O
sujeito acorda, come e dorme pensando em como melhorar os resultados da sua
empresa e ainda sonha em estar atingindo ou extrapolando suas metas.
É certo que não basta mais ser competitivo
somente pelo método usual, ou seja, pelo tripé preço, qualidade/tecnologia e
serviços. Esses três itens não perderam sua importância e relevância e a
competitividade usual é extremamente importante sendo à base de sobrevivência
de qualquer negócio.
O que gera crescimento sustentável e a
longevidade da sua empresa está ligado ao que chamo de nova competitividade, ou
seja, um novo padrão de excelência, crenças, postura e principalmente
comportamentos, onde as lideranças devem ser o maior exemplo.
Vejamos alguns pontos da nova competitividade e
como isso ajuda na sua organização e sua carreira.
Gestão do capital intelectual. O tema é atual, a
teoria esplêndida, mas a prática deixa muito a desejar.
Como gerir o capital intelectual
de uma empresa onde muitas delas ainda não conseguem nem sequer manter os dados
atualizados de seus clientes? Lembro que o capital intelectual também inclui
fornecedores, parceiros, clientes e comunidade. Quantos profissionais com curso
superior ainda estão em funções rotineiras? Ou quantos estudam a vida inteira
uma nova língua e nunca a praticam? A questão, o maior desafio é organizar o
capital intelectual e criar novos fatos, deixar a criatividade fluir, dar mais
espaço para novos projetos e talentos valorizando quem os sugeriu e negociando
a sua implantação.
Gestão do equilíbrio entre vida pessoal e
profissional. Sim, gestão! Enquanto as empresas ficarem somente no discurso de
que é preciso maior qualidade de vida, os resultados continuarão os mesmos:
pessoas estressadas, esgotadas, alta rotatividade e altos custos com planos de
saúde. É tudo o que ninguém quer! A nova competitividade está baseada no
talento humano, no conhecimento, na inovação e criatividade, mas tenho a
impressão que a maioria das empresas prefere matar a galinha dos ovos de ouro -
a saúde de seus profissionais e seus relacionamentos amorosos e familiares. As
empresas devem investir na qualidade do trabalho e não apenas nas horas
trabalhadas; e o governo não pode continuar atrasando a reforma trabalhista
necessária para flexibilizar a relação capital - trabalho. Tenha a certeza de
que vale a pena implantar programas de qualidade de vida para seus
colaboradores.
Investir na cidadania. Só seremos um país de
primeiro mundo quando tivermos um povo de primeiro mundo. O governo não faz, ou
faz muito pouco e mau feito, então não tem jeito. Esse papel terá de ser
cumprido pelas empresas. Não me parece justo, mas não vejo outra solução mais
efetiva, pelo menos a curto prazo. Interagir com a comunidade, contribuir para
o desenvolvimento de bons valores, ética e educação é sempre um investimento de
longo prazo, mas com retorno garantido. Afinal são as pessoas que formamos hoje
que serão nossos consumidores e diferencial competitivo no futuro. Proporcionar
acesso a atividades culturais e esportivas formam um maior senso crítico e são
a base de qualquer país de primeiro mundo.
A nova competitividade está, na minha opinião,
baseada nos pontos acima, e sei que é um caminho longo, árduo, mas cheio de
desafios e recompensas.
Por Paulo Araújo