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Quando bate o desespero


Publicada em 19/04/2019 às 09:00h 

Muitas vezes, na vida de todos nós, como empresários e como pessoas, sentimos a "desesperança" bater à nossa porta, chegar à nossa mente. Parece que não temos mais saída. Clientes que não pagam. Fornecedores que não entregam. Funcionários que faltam e estão desmotivados. Problemas na produção.

A enorme carga tributária. Juros estratosféricos. Nosso salário que não aumenta, as contas se acumulam, o banco liga, a família reclama, etc. etc. Cada um tem uma lista enorme de problemas que muitas vezes se acumulam de tal forma que entramos em verdadeiro "desespero" que significa "desesperança" ou seja, perdemos a "esperança" de conseguir sair daquela situação. Recebo, semanalmente, dezenas de e-mails e fax relatando situações de desesperança empresarial e pessoal. São situações duras, reais, concretas.

Perdemos a "motivação" para continuar lutando. Perdemos os "motivos" para prosseguir. Ficamos descrentes. Perdemos a coragem que nos trouxe até aqui. Temos a impressão de que o mundo se voltou contra nós e que erramos em tudo o que fizemos – das decisões empresariais às escolhas pessoais. Temos vontade de "jogar a toalha" e desistir.

Nestes momentos é preciso ter muita calma. Muita sabedoria. Muita paciência para que não destruamos com nossa real e até justa desesperança tudo o que construímos até aqui - tanto na vida profissional e empresarial como na vida pessoal. É hora de enfrentar a realidade - enfrentar significa olhar de frente, com grande senso de realidade. Nas crises - e é importante que saibamos que todos temos nossas crises - o mais importante é a calma, a análise fria, a busca de lições e oportunidades que ainda possam existir.

Para enfrentá-las é preciso saber que temos que mudar nossa forma de pensar e de agir, muitas vezes fazendo opções nem sempre fáceis e agradáveis. Mas temos que fazê-las. Pensar com vistas ao longo prazo e não no "desespero" poderá nos levar de volta ao equilíbrio. As consequências de uma decisão "desesperada e apressada" podem ser muito danosas para o resto de nossa vida empresarial ou pessoal.

Vejo casamentos e famílias desfeitos em função de uma crise que, se enfrentada com paciência, razão e fé poderiam ser salvos. Vejo decisões empresariais tomadas no desespero de uma crise que mataram anos de sucesso. E muitas vezes as decisões desesperadas que tomamos não têm volta. Daí virá um arrependimento muito forte e um sentimento de culpa que podem ser piores do que as sensações de abandono e desespero que tínhamos durante a crise.

Temos que lembrar que vivemos no Brasil e que o nosso País é "em desenvolvimento" e que todo desenvolvimento (como na adolescência) gera crises de crescimento. O mercado muda com uma rapidez que nem sempre conseguimos compreender. Uma situação extremamente negativa pode transformar-se em positiva em questão de meses. Nós, brasileiros, temos essa experiência. Já tivemos nossa poupança confiscada. Já tivemos 80% de inflação ao mês. Já tivemos situações muito piores e as enfrentamos.

Quem tomou decisões "desesperadas" com aqueles cenários pode ter se arrependido.

Assim, pense nisso. Tenha calma. Enfrente com calma, razão e fé as crises que você pode estar passando. Lembre-se que elas podem passar e por certo passarão se você enfrentá-las buscando a ajuda certa, de pessoas certas, com humildade e, novamente, fé.

Pense nisso. Boa semana. Sucesso!

Por Luiz Marins






Sobre o(a) colunista:



Autor: Luiz Marins - Antropólogo. Estudou Antropologia na Austrália (Macquarie University) sob a orientação do renomado Prof. Dr. Chandra Jayawardena (Sri Lanka) e na Universidade de São Paulo (USP) sob a orientação da Profa.Dra. Thekla Hartamann, autor de mais de 13 livros.
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