Muitas vezes, na vida de
todos nós, como empresários e como pessoas, sentimos a "desesperança"
bater à nossa porta, chegar à nossa mente. Parece que não temos mais saída.
Clientes que não pagam. Fornecedores que não entregam. Funcionários que faltam
e estão desmotivados. Problemas na produção.
A enorme carga
tributária. Juros estratosféricos. Nosso salário que não aumenta, as contas se
acumulam, o banco liga, a família reclama, etc. etc. Cada um tem uma lista
enorme de problemas que muitas vezes se acumulam de tal forma que entramos em
verdadeiro "desespero" que significa "desesperança" ou
seja, perdemos a "esperança" de conseguir sair daquela situação.
Recebo, semanalmente, dezenas de e-mails e fax relatando situações de
desesperança empresarial e pessoal. São situações duras, reais, concretas.
Perdemos a
"motivação" para continuar lutando. Perdemos os "motivos"
para prosseguir. Ficamos descrentes. Perdemos a coragem que nos trouxe até
aqui. Temos a impressão de que o mundo se voltou contra nós e que erramos em
tudo o que fizemos das decisões
empresariais às escolhas pessoais. Temos vontade de
"jogar a toalha" e desistir.
Nestes momentos é
preciso ter muita calma. Muita sabedoria. Muita paciência para que não
destruamos com nossa real e até justa desesperança tudo o que construímos até
aqui - tanto na vida profissional e empresarial como na vida pessoal. É hora
de enfrentar a realidade - enfrentar significa olhar de frente, com grande
senso de realidade. Nas crises - e é
importante que saibamos que todos temos nossas crises - o
mais importante é a calma, a análise
fria, a busca de lições e oportunidades que ainda possam existir.
Para enfrentá-las é
preciso saber que temos que mudar nossa forma de pensar e de agir, muitas vezes
fazendo opções nem sempre fáceis e agradáveis. Mas temos que fazê-las. Pensar
com vistas ao longo prazo e não no "desespero" poderá nos levar de
volta ao equilíbrio. As consequências de uma decisão "desesperada e
apressada" podem ser muito danosas para o resto de nossa vida empresarial
ou pessoal.
Vejo casamentos e
famílias desfeitos em função de uma crise que, se enfrentada com paciência,
razão e fé poderiam ser salvos. Vejo decisões empresariais tomadas no desespero
de uma crise que mataram anos de sucesso. E muitas vezes as decisões
desesperadas que tomamos não têm volta. Daí virá um arrependimento muito forte
e um sentimento de culpa que podem ser piores do que as sensações de abandono e
desespero que tínhamos durante a crise.
Temos que lembrar que
vivemos no Brasil e que o nosso País é "em desenvolvimento" e que
todo desenvolvimento (como na adolescência) gera crises de crescimento. O
mercado muda com uma rapidez que nem sempre conseguimos compreender. Uma
situação extremamente negativa pode transformar-se em positiva em questão de
meses. Nós, brasileiros, temos essa experiência. Já tivemos nossa poupança
confiscada. Já tivemos 80% de inflação ao mês. Já tivemos situações muito
piores e as enfrentamos.
Quem tomou decisões
"desesperadas" com aqueles cenários pode ter se arrependido.
Assim, pense nisso.
Tenha calma. Enfrente com calma, razão e fé as crises que você pode estar
passando. Lembre-se que elas podem passar e por certo passarão se você
enfrentá-las buscando a ajuda certa, de pessoas certas, com humildade e,
novamente, fé.
Pense nisso. Boa semana.
Sucesso!
Por Luiz Marins