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Especialistas buscam alternativas para desenvolver o modal hidroviário


Publicada em 14/11/2019 às 16:00h 


Somente um terço da capacidade do transporte hidroviário do País é utilizada


Quais os caminhos para o desenvolvimento do transporte hidroviário em um país onde a matriz de transporte se mostra desigual, e a falta de infraestrutura é um entrave para o desenvolvimento econômico? Esse é o tema central do 11º Seminário Internacional de Transporte e Desenvolvimento Hidroviário, realizado pela Sobena (Sociedade Brasileira de Engenharia Naval), que ocorreu entre 22 e 24 de outubro de 2019, em Brasília.

Dados da Pesquisa CNT Aspectos Gerais da Navegação Interior no Brasil, divulgada em outubro, mostram que somente um terço da capacidade do transporte hidroviário do País é utilizada, ou seja, apenas 19,5 mil km dos 63 mil quilômetros. O desperdício está associado a barreiras de infraestrutura, de operação, institucionais e burocráticos, à baixa atenção dada ao segmento nas políticas públicas, à baixa efetividade de planos e programas e ao reduzido volume de recursos investidos no setor ao longo dos anos. E mesmo com essa baixa utilização, nos últimos oito anos o volume de cargas transportadas pelo modal hidroviário cresceu 34,8% entre 2010 e 2018, passando de 75,3 milhões de toneladas para cerca de 101,5 milhões de toneladas.

Apenas na bacia do Amazonas, mais de 8 milhões de pessoas são transportadas por ano, além do grande fluxo de embarcações que fazem o transporte de granéis, destaca o presidente da Sobena, Luis de Matos. "Não aproveitamos todo nosso potencial hidroviário, só temos uma hidrovia em todo o País".

Para Raimundo Holanda, vice-presidente da CNT do transporte aquaviário e presidente da Fenavega (Federação Nacional das Empresas de Navegação), falta investimento e uma política de Estado voltada para a navegação.

"Hoje, 65% do transporte de carga feito no País é feito pelo modal rodoviário e apenas 5% no modal hidroviário. Um comboio com quatro barcaças equivale a 160 carretas. O governo deve olhar para a navegação brasileira."

Em 2016 (última informação disponível), a extensão de vias interiores utilizadas no Brasil era 7,1% inferior à extensão em uso nos anos de 2010/2011 e 11,7% menor que a de 2013. Embora as vias navegáveis no país sejam chamadas de hidrovias, o país não tem, de fato, hidrovias nos moldes que esse tipo de infraestrutura requer. O sistema Tietê-Paraná é o que mais se aproxima do ideal.

O secretário nacional de Portos e Transportes Hidroviários do Ministério da Infraestrutura, Diego Piloni, ressalta que não faz sentido termos infraestrutura nos portos se não podemos utilizar nossas vias navegáveis. "Temos um problema e não podemos mais varrer para debaixo do tapete. Precisamos potencializar a parceria com o setor privado devido a situação fiscal do País".

Multimodal gera economia e reduz emissão de CO2

A Marfrig Global Foods, uma das companhias líderes globais em carne bovina, por meio de sua Operação América do Sul, está investindo no transporte por ferrovia, em parceria com a Brado, referência em inteligência na logística de contêineres.

A iniciativa permitiu à companhia contribuir com a diminuição da exposição ao risco de acidentes nas rodovias brasileiras, diminuição de R$ 2,3 milhões nos custos e a redução de 62% na emissão de CO2, isso corresponde a menos mil caminhões rodando nas estradas até o final de 2019.

Na prática, isso significa que, nesta primeira etapa, os produtos destinados à exportação com origem nas unidades de Tangará da Serra, Várzea Grande, Pontes e Lacerda, no estado do Mato Grosso, Mineiros, em Goiás, e Ji Paraná e Chupinguaia, em Rondônia, são transportados para o porto por meio da ferrovia.

"Nosso objetivo é ainda este ano ampliar este meio de transporte para atender as unidades de Bataguassu, em Mato Grosso do Sul, e Promissão, no estado de São Paulo", diz Luciano Alves, diretor de logística da companhia. A medida vai ao encontro aos pilares de negócios da Marfrig, que estão baseados no respeito ao meio ambiente e ao bem-estar animal.

Especialista em logística multimodal, a Brado consegue entregar um transporte sustentável para as necessidades de uma companhia como a Marfrig. Na multimodalidade, o caminhão faz as First and Last Miles, transportes de distâncias curtas (geralmente até 200 quilômetros) entre a unidade do cliente e o terminal ferroviário.

Fonte: Jornal de Comércio (RS)


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