Institucional Consultoria Eletrônica

Fisco contra-ataca


Publicada em 15/02/2020 às 09:00h 

Imagine um computador potente o suficiente para processar dados equivalentes ao total de contribuintes do Brasil, dos Estados Unidos e da Alemanha juntos. Por mais surreal que pareça, essa máquina existe. Ela se chama T-Rex e pertence à Receita Federal (RFB). E caso você se pergunte o porquê de o Fisco ter um computador assim, a resposta é simples: para verificar a legitimidade de cada transação fiscal do País.

 

Criado pela IBM, o T-Rex tem sido utilizado como ferramenta de investigação tributária. Comparando as informações de cada declaração fiscal com a base de dados do próprio Fisco, esse supercomputador é o principal responsável pelas diversas iniciativas de autuação da RFB. A temida malha fina que investiga inconsistências no IRPF e IRPJ é apenas um exemplo.

 

A Receita ainda conta com outro software superpotente: o Harpia. Criado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica e pelo centro tecnológico da Unicamp, ele trabalha para integrar as bases de dados do Fisco com as de outros órgãos como secretarias municipais e estaduais da Fazenda , identificando indícios de fraudes.

 

Mas não é só isso. O Brasil também possui o Hal, que é simplesmente o cérebro eletrônico mais poderoso do País. Utilizado pelo Banco Central, monitora as transações de todas as contas bancárias ativas hoje no Brasil, vinculadas a CPFs e a CNPJs.

 

A despeito da evolução tecnológica que representam, Hal, T-Rex e Harpia demonstram o engajamento do Fisco e de outros órgãos em mitigar os índices de fraudes fiscais e financeiras. E a motivação não é vã: anualmente, cerca de R$ 280 bilhões são sonegados. O investimento em tecnologia de ponta, portanto, é parte de um contra-ataque astuto.

 

Sabemos que a busca por melhorias no sistema de fiscalização do Brasil não é de hoje. Contudo, as iniciativas atuais são inéditas, além de possuírem um caráter infalível; inquestionável.

 

Como se poderá, afinal, contestar o que um computador como o Hal ou o T-Rex, em toda a sua potência, apontam como ilícito? Ainda mais considerando que eles detêm registros suficientes para minar qualquer linha de argumentação que tente provar o contrário?

 

Um novo tempo está começando em nosso País. Um tempo em que práticas fraudulentas não terão vez. A nós, contribuintes, resta responder a uma questão: estamos preparados?

 

 

Por Luis Wulff


Consultor tributário e advogado








Telefone (51) 3349-5050
Vai para o topo da página Telefone: (51) 3349-5050