Institucional Consultoria Eletrônica

Para que servem os críticos?


Publicada em 17/07/2020 às 09:00h 


"Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar". (Abraham Lincoln)

Sábado, 17 de Janeiro de 2009, Anhembi, São Paulo. Após 14 anos, Elton John volta ao Brasil para duas apresentações. Eu estava lá.


O show teve início britanicamente às dez da noite e avançou na madrugada de domingo, regado a eventual garoa paulistana. As primeiras canções não empolgaram tanto a plateia, mas quando os principais hits começaram a ser entoados, o público cantou junto e sentiu-se recompensado pelas horas de espera.

Ao término do espetáculo pude notar e ouvir comentários de satisfação de todos os lados. O ídolo pop demonstrou carisma e entregou aos presentes exatamente o que queriam e que era possível oferecer ao longo de mais de duas horas.


No dia seguinte, surpreendo-me com críticas nos jornais qualificando a atração como "medíocre e previsível". Segundo os comentaristas, a "fase mais criativa" do cantor deixou de ser explorada. Quem leu estas opiniões e não esteve no show pode até ter se sentido aliviado por não ter comparecido. Mas quem as leu e participou da apresentação deve ter ficado com a impressão de que o crítico não foi ao mesmo espetáculo...


Eventos musicais, em sua maioria, são apreciados quando desfilam composições consagradas, convidando a interagir, incentivando a acompanhar o vocalista a cada refrão e estimulando a dançar a cada acorde. Claro que há ocasiões, em especial no lançamento de novos trabalhos, nas quais a plateia marca presença preparada para ouvir o novo, desfrutando do talento criativo de seu artista. Definitivamente, não era este o caso na noite do último sábado.


Mas, afinal, o querem os críticos? Ou melhor, qual a função do trabalho que exercem? Para um artista, seja ator, cantor, compositor, escritor etc., lembro-me de Santo Agostinho que dizia: "Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem". Em outras palavras, a crítica sincera, honesta, que aponta caminhos assertivamente, é benéfica e essencial. Favorece a reflexão, age como antídoto para a prepotência e a arrogância. Não apequena, mas eleva.


Entretanto, com olhos voltados para o público, gostaria que os críticos produzissem textos capazes de captar e retratar as emoções em lugar de tentar impor uma retórica pessoal, uma estética pasteurizada e uma verdade absoluta de quem parece ansioso por mostrar-se altivo e "formador de opiniões".

Por Tom Coelho 






Sobre o(a) colunista:



Tom Coelho é autor de “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional”, pela Editora Saraiva, além de consultor, professor universitário e palestrante. Com formação em Publicidade pela ESPM, Economia pela FEA/USP, especialização em Marketing pela Madia Marketing School e em Qualidade de Vida no Trabalho pela USP, é mestrando em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente pelo Senac. Diretor da Lyrix Desenvolvimento Humano, Diretor Estadual do NJE/Ciesp e VP de Negócios da AAPSA. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.



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