Você já ouviu falar em 'espaço
figital'? Não, nós não escrevemos errado. O termo 'figital' é uma fusão entre
as palavras físico e digital e serve para designar um novo modelo de negócios
cada vez mais presente na rotina de empreendedores. "Mesmo com a chegada do
digital e do social, a dimensão física do espaço não desapareceu e nem vai
desaparecer. O figital é simplesmente o físico habilitado pelo
digital", explica o cientista-chefe da TDS Company, Sílvio Meira, em
live transmitida pelo iG nesta terça-feira (2/8/2022).
"O figital tem uma dimensão física e
uma digital dadas pelas conexões e relacionamentos possibilidados
pela dimensão social do espaço, com tudo isso acontecendo em tempo quase real.
O tempo quase real não é o tempo dos relógios, mas o tempo das pessoas, em que
as pessoas querem que as coisas aconteçam", continua.
Vamos usar um exemplo. Você vai pegar um ônibus e acessa um
aplicativo para saber em que horário ele vai passar no ponto mais próximo da
sua casa. O ônibus é físico, o aplicativo é digital, e você eventualmente vai
encontrar outras pessoas (social).
E como a sua empresa pode estar inserida nesse meio? Segundo
o especialista, qualquer empresa faz parte do mundo figital. "Não é uma coisa
que acontece dentro de uma empresa, é um conjunto de transições que estão
acontecendo nos mercados, nas economias como um todo, na sociedade".
O
problema é que ela pode estar competimento apenas na dimensão física do figital,
e isso reduz sua capacidade de ser notada pelos clientes. "Uma pequena empresa
de varejo entra imediatamente na dimensão digital no espaço figital se entrar
num marketplace de uma grande
varejista, por exemplo", sugere Meira.
Mas é
importante entender como se posicionar e qual a melhor estratégia para se
destacar em meio a tantas outras empresas que também vendem seus produtos em
um marketplace. Para isso, se usa competências
sociais. É necessário entender como esse espaço funciona e o que as pessoas querem
consumir.
Deslocamento da força de trabalho
Durante a live de hoje, o convidado chamou a atenção para
outro fator importante proporcionado pelo mundo figital: o deslocamento da
força de trabalho. O mundo está passando por grandes transformações habilitadas
por tecnologias digitais, informatização, robotização e inteligência artificial
que vão afetar diretamente o nosso trabalho.
"15%
da força de trabalho brasileira vai ser deslocada nos próximos 15 anos. O
trabalho que eu estou fazendo vai deixar de existir e outro trabalho vai passar
a existir quase no mesmo lugar e às vezes até no mesmo lugar", alerta
o cientista-chefe da TDS Company.
Vamos usar outro exemplo. O trabalho de
montador de móveis desaparece para dar lugar ao trabalho de programador do robô
que irá montar móveis. "Se eu tivesse as competências e habilidades para deixar
de montar um móvel e passasse a programar ou construir o robô que vai fazer
isso, essa transição seria trivial. Só que para a vasta maioria dos
trabalhadores, entre o montador de móveis e o programador, existem anos de
educação e infraestrutura de conhecimento aplicável na prática. E o que o
Brasil está fazendo sobre isso nesse momento? Nada. Faz 10 anos que começou a
se falar nisso e não tem um só programa nacional ou estadual para preparar as
pessoas para esse futuro", critica Meira.
"Se a gente não fizer isso em escala no Brasil, teremos
consequências muito ruins. Porque temos um conjunto de pessoas que sairá do
mercado de trabalho muito antes da aposentadoria, porque não serão reeducadas,
não terão competências e habilidades para até ficar na mesma empresa que já
estava, com um trabalho relacionado com o que já fazia, mas que vai demandar
novas competências e novas habilidades em tecnologia", finaliza.
Fonte:
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