No mundo corporativo, a nova geração de
empresas pautadas na inovação e na tecnologia cresce pondo abaixo alguns
modelos formais de mercado praticados pelas empresas mais tradicionais. Com
esse movimento, temos visto cair por terra, por exemplo, antigos conceitos que
não levam em conta as boas práticas de governança corporativa.
Com as regras do compliance gravadas
em seu DNA, as startups, especialmente as fintechs e empresas que lidam com
dados, estão contribuindo para difundir os novos mecanismos de gestão ética e
legal no mundo dos negócios. A boa notícia é que, quando bem trabalhados, esses
mecanismos têm se mostrado decisivos para o sucesso dos resultados apresentados
pelas empresas, contribuindo até mesmo para o crescimento do negócio.
Atualmente, 69% das empresas brasileiras
com capital aberto declaram ter uma área de compliance para o gerenciamento de
riscos. Em 2012, esse percentual era de apenas 39%. O risco de não ter um programa
desse tipo é quase três vezes maior do que o custo de sua implementação,
segundo estudo divulgado pela empresa de software de gestão de dados Globalscape.
Como forma de garantir um ambiente mais
seguro, os softwares de canal de denúncias se tornam uma peça essencial para a
efetivação das boas práticas de governança e transparência reconhecidas pelo
mercado. Agora, com a regulamentação da Lei Anticorrupção por meio do novo
decreto, além de implementar a ferramenta, as organizações terão que comprovar
o direcionamento de recursos para a comunicação efetiva do programa de
Compliance e a recorrência de treinamentos de modo que o programa
estabeleça uma comunicação mais recorrente das boas práticas esperadas pela
empresa.
De fato, quando o assunto é compliance, vemos que as
empresas mais tradicionais têm muito a aprender com as mais novas. Isso porque,
enquanto a nova geração já surge com a ideia enraizada das boas práticas de
governança, as corporações tidas como mais tradicionais demoram para ganhar
maturidade nesse assunto.
Empresas de inovação e tecnologia têm a
segurança no centro de suas operações. E para oferecer confiabilidade para os
usuários, é necessário que estas alinhem todas as suas ferramentas internas a
essa premissa. Por isso o investimento é tão forte para aprimorar internamente
a questão da governança. É justamente essa conduta que reduz as chances de as
companhias se exporem a riscos e escândalos que impliquem danos para suas
marcas e reputação - e prejuízo aos acionistas e investidores.
No texto do novo decreto, há a menção
expressa da destinação dos recursos adequados para o funcionamento do programa
de compliance.
Essa mudança indica um avanço e uma necessidade de comprometimento
institucional com o assunto dentro das empresas, abrindo caminho para a
discussão acerca de sua eficácia.
A governança é o fio condutor para que essa
nova cultura de compromisso que vai além dos negócios seja incorporada de fato
nas empresas. Ao se comprometer com o cumprimento de regras, o objetivo é fortalecer
e propagar uma cultura positiva de equivalência nas empresas. Já no curto
prazo, as corporações que não se adequarem a esse novo modelo estão fadadas ao
fracasso.
Autoras:
Rafaela
Frankenthal é co-fundadora SafeSpace.
Letícia
Sabbadini Muller é gerente de Compliance, Riscos e Privacidade de Dados da
Z1.
Fonte: Revista Consultor
Jurídico
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