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Compliance em empresas de tecnologia: uma nova geração traz novas exigências


Publicada em 21/01/2023 às 09:00h 

No mundo corporativo, a nova geração de empresas pautadas na inovação e na tecnologia cresce pondo abaixo alguns modelos formais de mercado praticados pelas empresas mais tradicionais. Com esse movimento, temos visto cair por terra, por exemplo, antigos conceitos que não levam em conta as boas práticas de governança corporativa.


Com as regras do compliance gravadas em seu DNA, as startups, especialmente as fintechs e empresas que lidam com dados, estão contribuindo para difundir os novos mecanismos de gestão ética e legal no mundo dos negócios. A boa notícia é que, quando bem trabalhados, esses mecanismos têm se mostrado decisivos para o sucesso dos resultados apresentados pelas empresas, contribuindo até mesmo para o crescimento do negócio.


Atualmente, 69% das empresas brasileiras com capital aberto declaram ter uma área de compliance para o gerenciamento de riscos. Em 2012, esse percentual era de apenas 39%. O risco de não ter um programa desse tipo é quase três vezes maior do que o custo de sua implementação, segundo estudo divulgado pela empresa de software de gestão de dados Global­scape.


Como forma de garantir um ambiente mais seguro, os softwares de canal de denúncias se tornam uma peça essencial para a efetivação das boas práticas de governança e transparência reconhecidas pelo mercado. Agora, com a regulamentação da Lei Anticorrupção por meio do novo decreto, além de implementar a ferramenta, as organizações terão que comprovar o direcionamento de recursos para a comunicação efetiva do programa de Compliance e a recorrência de treinamentos de modo que o programa estabeleça uma comunicação mais recorrente das boas práticas esperadas pela empresa.


De fato, quando o assunto é compliance, vemos que as empresas mais tradicionais têm muito a aprender com as mais novas. Isso porque, enquanto a nova geração já surge com a ideia enraizada das boas práticas de governança, as corporações tidas como mais tradicionais demoram para ganhar maturidade nesse assunto.


Empresas de inovação e tecnologia têm a segurança no centro de suas operações. E para oferecer confiabilidade para os usuários, é necessário que estas alinhem todas as suas ferramentas internas a essa premissa. Por isso o investimento é tão forte para aprimorar internamente a questão da governança. É justamente essa conduta que reduz as chances de as companhias se exporem a riscos e escândalos que impliquem danos para suas marcas e reputação - e prejuízo aos acionistas e investidores.


No texto do novo decreto, há a menção expressa da destinação dos recursos adequados para o funcionamento do programa de compliance. Essa mudança indica um avanço e uma necessidade de comprometimento institucional com o assunto dentro das empresas, abrindo caminho para a discussão acerca de sua eficácia.


A governança é o fio condutor para que essa nova cultura de compromisso que vai além dos negócios seja incorporada de fato nas empresas. Ao se comprometer com o cumprimento de regras, o objetivo é fortalecer e propagar uma cultura positiva de equivalência nas empresas. Já no curto prazo, as corporações que não se adequarem a esse novo modelo estão fadadas ao fracasso.


Autoras:


Rafaela Frankenthal é co-fundadora SafeSpace.

Letícia Sabbadini Muller é gerente de Compliance, Riscos e Privacidade de Dados da Z1.









Fonte: Revista Consultor Jurídico





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