Pesquisa alerta para alto índice de famílias endividadas

As festas de fim de ano estão se aproximando, e com elas vêm a tradicional expectativa do décimo terceiro salário, um dinheiro extra muito aguardado por muitos brasileiros. No entanto, a realidade é que, sem um planejamento adequado, esse dinheiro pode escorrer pelos dedos e deixar as pessoas endividadas já para o início do próximo ano. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de famílias endividadas no país permaneceu em 77,4% em setembro. 

Segundo o economista e professor do IBMEC, Gilberto Braga, "o principal erro das pessoas é que como o 13º é um dinheiro extra muito esperado, existe uma expectativa de que ele vai ser suficiente para todas as necessidades. É muito comum que, quando ele chega, o saldo aumenta, e essa sensação é muitas vezes acumulada, porque muitas pessoas tiram férias nesse período e já antecipam gratificações. Então, durante um período curto, elas ficam com saldo elevado na conta bancária, só que essa antecipação depois vai ser descontada, e as pessoas, sem orçamento e planejamento, acabam gastando de maneira empolgada e depois faltam recursos para o pagamento das contas", disse.

O economista enfatiza que "prioritariamente o 13º deve ser utilizado para o pagamento das dívidas. Após o pagamento, se planejar, fazer lista de Natal com nomes das pessoas, o que vai se gastar com ceia, presentes etc. e as compras de início de ano, como material escolar e os tributos IPTU e IPVA", afirma.

A boa notícia é que é possível evitar o endividamento e fazer um uso inteligente do décimo terceiro. "Uma maneira inteligente de utilizar o 13º é fazer um planejamento que vá pelo menos até o carnaval, exatamente porque ele pega todo esse período de férias escolares, festas de fim de ano e compras de Natal, além de pagar as dívidas acumuladas do ano corrente. Então é preciso reservar saldos ou verbas para todas as necessidades que cada pessoa ou família tem", orienta o especialista.

Fonte: Diário de Petrópolis