Novo
regulamento permite que investidor possa mudar de modelo de tributação após a
contratação do plano
Brasileiros que possuem previdência privada
podem escolher qual o regime de tributação da modalidade e podem mudar do
modelo progressivo para o regressivo, ou vice-versa, após o investimento até a
hora do primeiro resgate, seja ele antecipado, seja no início do recebimento do
benefício.
Porém, a troca só pode ser feita uma vez.
Assim, especialistas aconselham que ela ocorra apenas no momento do primeiro
resgate. Tal escolha também pode ser feita pelos herdeiros ou representantes
legais.
Tributação regressiva
Neste modelo, o Imposto de Renda (IR) cobrado
regride de acordo com o tempo de contribuição. Se houver saque antes de dois
anos, incide a alíquota máxima, de 35%.
A cada dois anos, ela cai cinco
pontos percentuais, até o mínimo de 10% após dez anos. Assim, esse modelo é
mais vantajoso para quem não vai mexer na previdência privada tão cedo.
É preciso ficar atento ao prazo
médio ponderado (PMP), que é o tempo considerado pela Receita. Ele não leva em
conta o tempo total transcorrido desde o primeiro aporte, mas quanto foi
aportado em quanto tempo.
Se a contribuição foi pequena
no início e apenas ao fim da contribuição ela se tornou mais robusta, o PMP de
contribuição tende a ser baixo, o que eleva a alíquota de Imposto de Renda.
Tributação progressiva
Neste regime, quanto maior o
valor do benefício recebido na aposentadoria, maior
a alíquota de Imposto de Renda cobrada.
A tributação segue a tabela
clássica de Imposto de Renda da pessoa física. Assim, só vale a pena para quem
vai ganhar menos que R$ 2.826,65 mensais pela tabela de 2024, considerando a
soma de todos os ganhos, como salário, aluguel, previdência privada e INSS. Em caso de rendas mensais
maiores, o indicado é o regime regressivo.
"Para os contribuintes com
valores mais baixos ou que precisem resgatar os valores no curto prazo, o
regime progressivo é mais vantajoso", afirma a pesquisadora do núcleo de
estudos fiscais da Fundação Getulio Vargas (FGV), Angela Andreoli.
O modelo também pode ser
vantajoso em caso de resgates antecipados, por ter alíquotas menores que a do
regime regressivo no curto prazo.
"Não podemos esquecer que o
plano de previdência privada tem de ser sempre realizado, contratado e pensado
no longo prazo, já que ele é destinado para uma aposentadoria", comenta o
presidente da Contabilize Plus, Marison Pedrolo.
PGBL
No Plano Gerador de Benefício
Livre (PGBL), o Imposto de Renda é cobrado no valor total da retirada, ou seja,
sobre o valor aplicado mais o que ele rendeu. Essa desvantagem, porém, pode ser
compensada com a isenção de até 12% da renda anual tributável na declaração
completa do Imposto de Renda.
Ele é indicado para quem declara o Imposto de Renda
usando o formulário completo, contribui para o INSS e ganha mais que R$ 139 mil
ao ano (cerca de R$ 11,6 mil ao mês), já que garantiria uma dedução maior que
os R$ 16.754,34 da declaração simplificada de Imposto de Renda.
VGBL
Na opção de Vida Gerador de
Benefício Livre (VGBL), o imposto incide apenas sobre o rendimento daquilo que
foi aplicado. Ele, porém, não dá direito a dedução no IR, como o PGBL.
Como a grande maioria dos
brasileiros não declara o Imposto de Renda usando o formulário completo nem
ganham mais que R$ 139 mil ao ano, o VGBL é o tipo mais procurado em
previdência privada.
Como escolher o melhor modelo de previdência
privada?
Especialistas alertam que o investidor deve levar em conta vários fatores nesta
escolha, dentre eles renda, idade e despesas dedutíveis do IR.
Em caso de renda baixa, o
regime VGBL progressivo. Como o VGBL incide apenas sobre o rendimento, é
possível pagar menos imposto em caso de declaração simplificada do Imposto de
Renda. Fora que, no progressivo, há isenção de até R$ 2.112 de ganhos mensais.
Na maioria dos casos, porém, o
mais indicado é o modelo regressivo, que permite uma alíquota menor, de 10%,
caso o resgate seja feito após dez anos de investimento.
"Além da tributação
devemos estar atentos para as taxas cobradas para administração dos planos de
previdência", alerta Andreoli, da FGV.
Vale destacar que bancos e
seguradoras também oferecem plataformas de simulação em seus sites, nas quais é
possível escolher o quanto se pode contribuir ou o quanto se quer ganhar no
futuro para escolher o modelo mais vantajoso.
Fonte: Folha de S Paulo / Contábeis
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