Os pequenos negócios são a espinha dorsal do mercado de trabalho no
Brasil. Eles são responsáveis por cerca de 70% dos empregos formais gerados no
Brasil. No entanto, quem escolhe empreender no Brasil enfrenta um
verdadeiro campo minado de burocracias e tributos que tornam a sobrevivência
difícil, principalmente nos primeiros anos, o momento mais crítico para qualquer
novo negócio. Ou seja, grande parte morre na praia.
Foi pensando nisso que propus, e conseguimos
aprovar, o Pacote do Pequeno e Microempreendedor na Comissão
de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Esse projeto é uma iniciativa que busca oferecer o suporte necessário para
fortalecer o micro e pequeno empreendedor, com ações que reduzem custos,
diminuem a carga tributária e desburocratizam processos.
Entre as medidas, uma das mais importantes é
a redução gradual das multas trabalhistas para micro
e pequenas empresas. Sabemos que multas muito altas - e grande parte
delas questionável - acabam colocando essas empresas em uma situação de alto
risco, dificultando seu crescimento. Com o novo regime, essas multas serão
ajustadas conforme o porte da empresa, o que garante uma aplicação mais justa e
realista, sem comprometer as finanças de quem emprega.
Outro ponto relevante do pacote é a redução
de impostos, como o ISS e o ICMS, que pesam enormemente
sobre os pequenos negócios. Esses tributos, muitas vezes, representam uma
barreira quase intransponível para quem está começando ou mesmo para quem tenta
manter o negócio de pé em meio às dificuldades econômicas. Diminuir essa carga
é fundamental para estimular a competitividade e garantir que esses negócios
continuem a gerar empregos e a mover a economia local.
Além disso, o
pacote também propõe que o salário-maternidade seja pago pela Previdência
Social, e não diretamente pelo pequeno ou microempresário nos
casos de trabalhadoras avulsas. Esse é um ponto essencial, pois muitas vezes as
microempresas não têm caixa suficiente para arcar com esse custo adicional.
Outra medida permite que as empresas compensem créditos de salário-maternidade
e salário-família no Imposto de Renda, o que garante um fôlego financeiro
importante.
No Brasil, temos uma cultura de valorizar as
grandes empresas e multinacionais, muitas vezes em detrimento dos pequenos
negócios. No entanto, são as micro e pequenas empresas que mais empregam e que
mais sentem o peso da burocracia e dos impostos. Por isso, precisamos
reconhecer o papel que elas desempenham e dar o apoio necessário para que
possam prosperar.
Este pacote de
medidas não resolve todos os problemas enfrentados pelo empreendedor
brasileiro, mas representa um avanço. Nosso objetivo é que as micro e pequenas
empresas tenham condições reais de crescer, gerar empregos e contribuir ainda
mais para a economia.
Neste contexto, é necessário e urgente aprovarmos o
aumento do limite do MEI, que está totalmente desatualizado. As pequenas
empresas acabam tendo que encontrar subterfúgios para não pagar ainda mais
impostos, o que compromete sua regularidade e competitividade. Essa atualização
é imprescindível para garantir que os microempreendedores possam operar de
maneira justa e sustentável no mercado.
Cabe a nós, como legisladores, lutarmos por um
ambiente mais justo e propício ao empreendedorismo.
Autor:Jorge Goetten É
deputado federal (Republicanos-SC) e vice-presidente da Frente Parlamentar da
Micro e Pequena Empresa.