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São José dos Ausentes (RS) - Resgatados 14 trabalhadores em situação análoga à escravidão


Publicada em 30/05/2025 às 14:00h 

Trabalhadores laboravam na colheita de batatas desde abril na zona rural do município e relataram terem sido ameaçados de morte por se recusarem a trabalhar

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 14 trabalhadores em situação análoga à de escravidão na colheita de batatas no interior do Rio Grande do Sul. A ação de fiscalização ocorreu entre os dias 16 e 18 de maio de 2025, na localidade de Vila Silveira, zona rural do município de São José dos Ausentes. Com o apoio da Polícia Federal, a equipe de auditores-fiscais do Trabalho vinculados à gerência Regional do Trabalho, em Caxias do Sul, encontrou os trabalhadores, que haviam sido recrutados por um intermediário - conhecido como "gato" - para atuar na colheita.

De acordo com a fiscalização, a maioria dos trabalhadores eram de outros estados do Brasil, principalmente do Maranhão, e foram atraídos por promessas de boas condições de trabalho, hospedagem gratuita e alimentação fornecida pelo empregador. No entanto, ao chegarem ao local, encontraram uma realidade completamente diferente, como confirmado durante a inspeção que identificou diversas irregularidades, como a ausência de registro dos empregados, o descumprimento das condições previamente acordadas e a inexistência de condições mínimas de habitabilidade nos alojamentos.

Os alojamentos apresentavam péssimas condições de higiene, sem camas, lençóis, cobertores ou armários para a guarda de pertences pessoais. Diante das baixas temperaturas, os trabalhadores precisavam dormir agasalhados com as mesmas roupas utilizadas durante a jornada de trabalho. Alguns relataram ter comprado, com recursos próprios, os itens de cama utilizados.

Além de não terem suas carteiras assinadas, o pagamento dos salários era feito por meio do intermediário, que descontava parte dos valores sob a justificativa de custear a alimentação. Os trabalhadores relataram ainda terem sido ameaçados de morte ao se recusarem a trabalhar. A fiscalização constatou, também, a ausência de fornecimento de equipamentos de proteção individual, como calçados adequados e em alguns casos, realizavam suas atividades descalços, mesmo com as temperaturas muito baixas.

Diante da caracterização de trabalho em condição análoga à de escravo, todos foram resgatados e retirados do local, sendo encaminhados para uma pousada na cidade, onde permaneceram até o pagamento de seus direitos. A quitação das verbas rescisórias ocorreu na manhã do dia 27 de maio de 2025, totalizando cerca de R$ 150 mil, sendo também providenciado, às custas do empregador, o retorno dos trabalhadores às suas cidades de origem.

Além do resgate, foram emitidas aos trabalhadores as guias do seguro-desemprego devidas e lavrados autos de infração cabíveis contra os responsáveis de acordo com as irregularidades.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego, com edição do texto da M&M Assessoria Contábil








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