A gestão de estoque
é um dos pilares para o bom funcionamento de qualquer negócio que lide com
mercadorias, seja no comércio, na indústria ou até em determinados setores de
serviços. Controlar de forma eficiente a entrada e saída de produtos não é
apenas uma questão operacional: envolve decisões estratégicas que impactam
diretamente o fluxo de caixa, a lucratividade e a satisfação dos clientes.
1. O que é gestão de
estoque e por que ela é estratégica
A gestão de estoque
consiste em planejar, controlar e monitorar os itens armazenados pela empresa,
garantindo que haja produtos suficientes para atender à demanda sem gerar
excessos que comprometam capital de giro. Uma gestão eficiente proporciona:
-Redução de perdas
por vencimento ou obsolescência.
- Otimização do
espaço físico.
- Melhora na
previsão de compras e produção.
- Atendimento
ágil aos clientes.
2. Impactos
financeiros e contábeis
No campo contábil, o
estoque representa um ativo relevante no Balanço Patrimonial. Seu valor
influencia diretamente o custo das mercadorias vendidas (CMV) e,
consequentemente, o lucro líquido da empresa. Erros no controle de estoque
podem levar a distorções contábeis, afetando:
- Precificação dos
produtos.
- Apuração de
tributos.
- Demonstrações
financeiras e indicadores de desempenho.
Um exemplo prático:
se a empresa não ajusta corretamente as baixas de estoque, o CMV será calculado
de forma incorreta, comprometendo a análise de rentabilidade.
3. Estoque excessivo
x estoque insuficiente
Manter estoque
excessivo gera custos com armazenagem, seguro, perdas por deterioração e até
desvalorização de produtos. Já o estoque insuficiente pode resultar em:
-Perda de vendas.
- Atrasos na
entrega.
- Insatisfação
e perda de clientes.
O equilíbrio é
alcançado com monitoramento constante e uso de indicadores como giro de estoque
e ponto de reposição.
4. Ferramentas e
técnicas de controle
Para alcançar uma
gestão eficiente, muitas empresas utilizam:
- Método PEPS
(Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) - ideal para produtos perecíveis ou com
prazo de validade.
- Método UEPS
(Último que Entra, Primeiro que Sai) - menos comum, mas aplicável em
determinados contextos fiscais e gerenciais.
- Custo médio
ponderado - usado para calcular o custo unitário dos itens.
- Sistemas de
gestão integrada (ERP) que permitem controle em tempo real e integração com
compras, vendas e contabilidade.
5. O papel do
contador na gestão de estoque
O contador é
peça-chave no processo, pois: · Garante que os registros de estoque estejam
corretos e compatíveis com as demonstrações financeiras.
- Auxilia na
avaliação do impacto tributário da movimentação de mercadorias.
- Fornece
relatórios que ajudam na tomada de decisão de compras e vendas.
- Apoia na
implementação de políticas de inventário e auditoria interna.
6. Exemplo prático
Imagine uma loja de
materiais elétricos que mantém estoque de cabos, lâmpadas e quadros de
distribuição. Sem controle, há risco de:
- Comprar mais
do que o necessário, imobilizando capital.
- Perder prazos
de reposição, atrasando obras dos clientes.
- Deixar
produtos encalhados e defasados tecnicamente.
Com um sistema de
gestão de estoque, é possível acompanhar as vendas em tempo real, prever
demandas sazonais e negociar melhor com fornecedores, aumentando margens e
reduzindo perdas.
7. Conclusão
A gestão de estoque
é muito mais do que uma rotina de armazenagem: é uma estratégia para manter a
empresa saudável financeiramente, competitiva no mercado e capaz de atender com
eficiência. Investir em controles adequados, capacitar a equipe e integrar
processos administrativos e contábeis são passos essenciais para transformar o
estoque em um aliado do crescimento empresarial.
Autora: Adriana Campos