Ignorar os riscos tributários hoje em dia, é uma das decisões mais
perigosas que uma empresa pode tomar. Não porque o tema seja novo, afinal, a
complexidade fiscal sempre foi uma realidade, mas, porque o contexto atual
transformou o que antes era burocracia em risco.
Com a carga tributária atingindo 32,32% do PIB em 2024, o maior índice
em 15 anos, e a Receita Federal operando com inteligência artificial e
cruzamento de dados em tempo real, o ambiente se tornou mais rigoroso para quem
ainda trata as obrigações fiscais como apenas um detalhe administrativo.
Um erro de apuração, um código fiscal mal preenchido, o uso
incorreto de regimes especiais ou a entrega atrasada de obrigações acessórias
podem desencadear grandes multas, processos judiciais e até mesmo bloqueios de
bens.
Quando falamos de planejamento tributário, a linha entre eficiência e
ilegalidade é tênue. A tentativa de economizar sem embasamento técnico ou
jurídico pode rapidamente virar uma acusação de evasão fiscal.
A situação se agrava com a falta de atualização interna. A legislação
muda, e muda rápido. Muitos negócios, especialmente os que não contam com
estrutura especializada, operam com interpretações defasadas da lei, abrem
margem para penalizações e perdas de créditos legítimos.
É por isso que 83% das empresas brasileiras já enxergam a área
tributária como um fator estratégico para a tomada de decisões, segundo o
Global Reframing Tax Survey 2025 e 70% afirmaram estar dispostas a terceirizar
parte dessas funções nos próximos três anos. Ter ao lado quem entende do
assunto deixou de ser uma vantagem e agora é uma necessidade.
O problema é que muitas empresas ainda esperam o risco se materializar
para agir. Aplicam uma postura reativa, quando o certo seria investir em
prevenção. Isso significa construir governança fiscal, com processos bem
definidos, auditorias frequentes, acompanhamento sistemático da legislação e
apoio técnico permanente.
O acompanhamento de um escritório contábil ou consultoria especializada
trata-se de assegurar a segurança, saúde financeira e a liberdade para crescer
com estabilidade.
Em um país onde o sistema tributário se reinventa a cada semestre,
cumprir a lei não pode ser um ato isolado. Precisa ser parte do planejamento e
estratégia da empresa. E começa com a escolha de levar a área fiscal a sério.
Porque quem negligencia esse ponto, paga, e caro, por isso.
Autor:
Gabriel Barros. É diretor da SF Barros Contabilidade e bacharel em Ciências
Contábeis pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Com sólida
experiência na área contábil, atua de forma abrangente em diversos setores
empresariais, oferecendo soluções personalizadas. É também pós-graduado pela
Fundação Getulio Vargas (FGV), com MBA em Gestão Estratégica e Econômica de
Negócios.