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Os trabalhos que vão crescer ou encolher até 2034, segundo o 'IBGE' dos EUA


Publicada em 05/11/2025 às 16:00h 

Saúde, tecnologia e energias renováveis devem liderar a criação de empregos nos próximos anos, enquanto setores tradicionais, como varejo e mineração, devem encolher.

Um estudo sobre o futuro do mercado de trabalho revelou os setores que mais devem gerar empregos até 2034. A pesquisa foi feita pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, equivalente ao IBGE no Brasil.

O levantamento aponta que mudanças estruturais, como o envelhecimento populacional e a transformação digital, devem impulsionar profissões ligadas à saúde, assistência social, serviços científicos e técnicos, tecnologia da informação e mídia digital.

Embora baseado na realidade americana, especialistas afirmam que as tendências também se refletem no Brasil, ainda que em ritmos diferentes.

Segundo a consultora de carreiras Taís Targa, o envelhecimento da população e o avanço tecnológico afetam tanto EUA quanto Brasil.

Porém, questões políticas, sociais e econômicas atrasam os impactos por aqui.

Confira a lista com os setores que devem crescer ou encolher até 2034:

-Saúde e assistência social (+8,4%)

-Serviços profissionais, científicos e técnicos (+7,5%)

-Informação -TI, mídia digital, telecom (+6,5%)

-Artes, entretenimento e recreação (+5,1%)

-Serviços públicos (+4,9%)

-Gestão de empresas (+4,4%)

-Construção (+4,4%)

-Hospedagem e alimentação (+3,9%)

-Comércio atacadista (+3,4%)

-Finanças e seguros (+3,4%)

-Imobiliário e aluguel (+3,3%)

-Transporte e armazenamento (+3,0%)

-Outros serviços - exceto administração pública (+2,9%)

-Serviços administrativos (+1,1%)

-Agropecuária e pesca (+0,1%)

-Educação pública e privada (+0,1%)

-Indústria de transformação (0%)

-Governo (-0,1%)

-Comércio varejista (-1,2%)

-Mineração, petróleo e gás (-1,6%)

O grande destaque é saúde e assistência social. Com a média de idade da população subindo e o aumento de doenças crônicas, cresce a demanda por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, cuidadores e profissionais de apoio - tanto em hospitais quanto em serviços domiciliares e de longa permanência.

Na sequência vêm os serviços profissionais, científicos e técnicos. A demanda é puxada por inteligência artificial, análise de dados e softwares integrados à rotina de empresas e governos. Consultorias, pesquisas e serviços especializados também ganham espaço.

O setor de informação também se destaca, incluindo telecomunicações, mídia digital, serviços de dados e software. A popularização do streaming, o consumo de conteúdo online e a busca por internet rápida sustentam a expansão de 6,5%.

Construção, transporte e armazenamento também devem crescer. No transporte, o e-commerce aumenta a demanda por motoristas, operadores de armazém e profissionais de logística.

Hospedagem, alimentação, artes e entretenimento acompanham a retomada pós-pandemia e novas formas de consumo.

Por outro lado, setores como comércio varejista e mineração tendem a encolher. No varejo, o avanço do e-commerce e da automação reduz a demanda por vendedores em lojas físicas. Na mineração, robôs e drones tornam a operação mais eficiente, mas com menos mão de obra.

E o Brasil?

Ao aplicar essas projeções ao Brasil, é preciso cautela. Segundo Taís Targa, apesar das semelhanças em tecnologia e envelhecimento populacional, o país enfrenta barreiras adicionais.

"Questões políticas, sociais, econômicas e burocráticas tornam as mudanças mais lentas no Brasil. Não sei se os impactos da transição energética, por exemplo, serão sentidos no médio prazo", afirma Targa.

Ela acrescenta que, em média, o Brasil adota novas tendências com cerca de cinco anos de atraso em relação aos EUA, embora o avanço tecnológico recente possa reduzir essa diferença.

Outro fator é o custo da mão de obra: com salários mais baixos, nem sempre compensa para as empresas substituir pessoas por tecnologia.

"Implementar soluções digitais ou automatizadas é caro e depende também de infraestrutura energética. Por isso, o Brasil pode não reproduzir exatamente os números projetados para os EUA", completa Targa.

Além de saúde e tecnologia, a transição energética também deve transformar o mercado de trabalho. É mais uma área que o Brasil pode se sair bem.

A maior demanda por eletricidade, o avanço dos carros elétricos e a expansão de data centers e da inteligência artificial tornam as energias renováveis um dos setores mais promissores da próxima década.

Fontes como energia solar, eólica e geotérmica devem crescer rapidamente, impulsionadas por compromissos ambientais e pela busca por segurança energética. Alternativas como energia das marés também devem gerar vagas para engenheiros, técnicos de manutenção e operadores de sistemas.

A fabricação de baterias e componentes elétricos também ganha destaque, com potencial de gerar quase 50 mil novas vagas de trabalho.

Como a projeção foi feita

O levantamento foi elaborado pelo Bureau of Labor Statistics (BLS), agência oficial do governo americano responsável por acompanhar o mercado de trabalho. As projeções são revisadas anualmente e servem como cenário de referência, não como previsão absoluta.

O estudo parte de um cenário de pleno emprego, sem crises econômicas inesperadas, e considera tendências históricas de produtividade, avanços tecnológicos já consolidados e mudanças demográficas.

Segundo o BLS, a economia americana deve gerar 5,2 milhões de empregos líquidos até 2034, uma expansão de 3,1%. Embora mais lenta que na década passada, a projeção mostra como mudanças sociais, tecnológicas e ambientais vão moldar o futuro do trabalho.

Fonte: G1








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