A proposta ainda terá que ser aprovada no
Senado, antes da sanção pelo Presidente da República para entrar em vigor.
A Câmara dos
Deputados aprovou nesta quarta-feira (1º/10/2025), com 493 votos favoráveis e
nenhum contrário, o texto-base do projeto de Lei (PL) 1.087/2025, que
prevê isenção de Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas com renda mensal de
até R$ 5 mil e desconto para quem ganha até R$ 7.350 mensais. 

A proposta
ainda terá que ser aprovada no Senado, antes da sanção pelo
Presidente da República para entrar em vigor.
Atualmente, são
isentos do imposto quem ganha até R$ 3.036. O projeto determina que, em
2026, as pessoas que ganham até R$ 5 mil, terão um desconto mensal de até R$
312,89, de modo que o imposto devido seja zero. Já quem ganha de R$
5.000,01 até R$ 7.350,00, o desconto será de R$ 978,62.
Segundo o governo,
com a aprovação da proposta, serão beneficiados com a isenção mais de 26,6
milhões de contribuintes, em 2026.
Após a aprovação
unânime, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacou que a
aprovação é um dia histórico para o país e para o Parlamento.
"Aqui demonstramos
que quando o tema é o bem-estar das famílias brasileiras, não há lados,
nem divisões. É interesse do país acima de qualquer diferença", disse. "A
Câmara dos Deputados sabe ouvir, decidir e estar ao lado do Brasil",
acrescentou.
Compensação
Para compensar a
isenção, cujo custo está estimado será de R$ 25,8 bilhões aos cofres
públicos, o projeto prevê a tributação das pessoas com rendimentos acima de R$
600 mil por ano, com uma alíquota progressiva de até 10%.
A alíquota máxima
incidirá para quem recebe anualmente a partir de R$ 1,2 milhão. Além disso, ela
não será aplicada para quem já paga a alíquota máximo do IR, que é de 27,5%.
Segundo o Ministério
da Fazenda, a medida atingirá cerca de 140 mil pessoas, 0,13% dos
contribuintes, que hoje pagam, em média, apenas 2,54% de Imposto de Renda.
O relator do
projeto, deputado Arthur Lira (PP-AL), estima que haverá uma sobra de R$ 12,7
bilhões até 2027 com a taxação. Em seu parecer, Lira destinou esses recursos para
compensar a redução da alíquota da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS),
instituída pela Reforma Tributária.
"É importante
ressaltar que esse projeto vai atender diretamente a 15,5 milhões
de pessoas no país. Esse projeto é fruto de uma base de cálculo de quase
R$ 227 bilhões, que é apurado no imposto de renda no Brasil. E estamos
discutindo uma renúncia de receita, no primeiro ano de, R$ 25,4 bilhões,
portanto 10% do valor total do imposto de renda pago por todos os brasileiros",
disse.
Críticas
A iniciativa foi
objeto de críticas de alguns parlamentares. O deputado Gilson Marques (Novo-SC)
disse que os recursos não irão para os mais pobres e criticou a tributação de
lucros e dividendos.
"Vamos cobrar dos
mais ricos, são só 140 mil pessoas para dar para os mais pobres. Isso é
mentira! Esse dinheiro não vai para os mais pobres, vai para os políticos. E é
melhor que esse dinheiro ficasse ainda que com os mais ricos, porque são eles
que empregam, compram as máquinas, fazem os produtos", argumentou.
O texto determina
que o emprego ou a entrega de lucros e dividendos por uma mesma pessoa
jurídica a uma mesma pessoa física residente no Brasil em montante superior a
R$ 50 mil mensal ficará sujeito à retenção na fonte do IRPF à
alíquota de 10% sobre o total do valor pago, creditado, empregado ou entregue.
Não ficarão sujeitos
à incidência do imposto sobre a renda na fonte, os lucros e dividendos
relativos a resultados apurados até o ano-calendário de 2025, e cuja
distribuição tenha sido aprovada até 31 de dezembro de 2025.
Fonte: Agência Brasil, com edição do texto pela M&M
Assessoria Contábil