Institucional Consultoria Eletrônica

"VELHO" CHALIL


Publicada em 14/05/2018 às 09:00h 

Algo me vem na memória.

É bom recordar?

Acredito que sim.

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Meu tempo de estudante.

Estudante do curso científico.

Colégio Júlio de Castilhos.

Porto Alegre.

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Pertencia a um grupo de estudantes da comunidade judaica.

Fui convidado juntamente com outro amigo a representar o Brasil num acampamento destes jovens na Argentina.

Mais precisamente na cidade de Necochea.

Não muito distante de Mar Del Plata.

Lá fui eu.

Minha primeira viagem internacional.

Ia ser uma longa viagem...

Saímos à noite, de ônibus, de Porto Alegre com um transporte combinado até Jaguarão.

Atravessamos a fronteira.

Estávamos em Rio Branco, já em território uruguaio.

De Rio Branco fomos até Montevideo em carro motor (um mini trem de um só vagão) à semelhança que tinha em Porto Alegre aonde se ia até o Vale dos Sinos, saindo nas cercanias do Mercado Público.

Chegando à capital do Uruguai dormimos na casa de um amigo e partimos no outro dia de ônibus até a fronteira com a Argentina. Dali, de barco cujo nome era Nicolas Mehanowicz chegamos ao Porto de Buenos Aires - Av. Brasil. Vejam só: Av. Brasil...

 Em Buenos Aires passamos a noite na casa de outro amigo e na manhã seguinte seguimos de ônibus até Necochea.

Linda praia.

Cheguei meio assustado e muito cansado.

Assustado com a língua.

Com o número de pessoas.

De toda a América do Sul tinha representantes.

Todos falando espanhol

Nós português.

E assim foi o início da minha primeira viagem internacional.

 Foi muito legal!

Fui bem recebido.

E começamos nosso "acampamento".

Dormíamos e realizávamos todas nossas tarefas em cabanas.

Muito interessante!

Sempre fui ligado à música.

Lá aprendi bastante.

Ensinaram-me muito.

Também recebi um presente.

Um "chalil"

 "Chalil" é uma flauta doce.

Um "chalil" feito em Israel da marca Zamir.

Um "chalil" marrom.

De madeira.

Comecei a aprender tocar o instrumento.

Som magnífico.

Ensinaram-me um pouco e o restante tive que aprender sozinho.

Um grupo de argentinos é que me presentearam. 

Não sabia como agradecer.

O tempo foi passando.

Eu gostando do acampamento.

Do aprendizado.

Das amizades e do meu "chalil".

A volta foi de trem até Buenos Aires. Trem "Maria fumaça".

Barco até a fronteira com o Uruguai.

Ônibus até Montevideo.

Carro motor até Jaguarão.

Atravessar a fronteira com o Brasil estando em Jaguarão.

E finalmente ônibus até Porto Alegre.

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Que experiência!

Espetacular.

Grandes recordações.

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Contando hoje, ninguém acredita que isso possa ter acontecido. 

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Tudo foi interessante.

O presente do "chalil" foi magnífico.

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Participei de um grupo de música.

De música judaica.

Viajamos e nos apresentamos em muitos lugares.

O "chalil" estava sempre presente comigo.

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O tempo passou.

Casei.

Tenho um filho

Num acampamento de famílias doei ao meu filho o "chalil"

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Muito legal!

Ele tem guardado o presente.

E eu com saudade.

Do tempo!

Das músicas.

De tudo!

Por David Iasnogrodski






Sobre o(a) colunista:



David Iasnogrodiski (DUDI) é formado em Engenharia CiviL, Administração de Empresas e Administração Pública pela UFRGS. Professor universitário e da ADVB/RS, já publicou OBRIGADO PORTO ALEGRE, MEU BOM FIM BRASILEIRO, ATENDIMENTO 10 – A FÓRMULA DO SUCESSO (Imprensa Livre, A MARCA É QUE MARCA, A MODERNA RELAÇÃO MARKETING E VENDAS e ROTEIRO DE SONHOS. É colaborador do Jornal do Comércio (POA), dos sites: mmcontabilidade.com.br, imprensalivre.net, gramadosite.com, glorinhacohen.com.br, ricardoorlandini.net e colabora com diversos jornais alternativos de Porto Alegre. É integrante da Associação Gaúcha de Escritores (AGEs), membro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias (ABEPL).



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