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Drogaria deve pagar insalubridade para quem aplica injeção?


Publicada em 02/04/2019 às 10:00h 


A insalubridade da atividade foi comprovada em perícia.


A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou uma drogaria de Santos (SP), a pagar adicional de insalubridade a uma balconista que aplicava injeções nos clientes. A Turma, em sua decisão, segue o entendimento reiterado do TST de que a atividade, desempenhada de forma rotineira, se enquadra como insalubre em grau médio.


Contato habitual


Na reclamação trabalhista, a empregada disse que havia sido contratada em dezembro de 2010 como encarregada de loja e, um ano depois, promovida a balconista e que, desde então, passou a aplicar injeções. Segundo argumentou, o contato de forma habitual e permanente com pessoas doentes a expunha a agentes insalubres biológicos.


Pacientes x clientes


O perito foi ao local e constatou que a balconista estava exposta a condições insalubres em grau médio. No entanto, o juízo da 2ª Vara do Trabalho de Santos indeferiu o pedido do pagamento do adicional, por entender que as drogarias não se equiparam aos estabelecimentos de saúde como hospitais e serviços de emergência. De acordo com a sentença, "não havia contato com pacientes propriamente ditos, apenas com clientes".


Esse entendimento foi mantido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP), que enfatizou, no acórdão, que "a farmácia é um local comercial, e não estabelecimento de saúde".


Jurisprudência

De acordo com o relator do recurso de revista, ministro Alexandre Luiz Ramos, o entendimento pacífico no TST tem sido o de reconhecer o direito ao adicional de insalubridade nessas situações. "A aplicação de injeções fazia parte das atividades da empregada", ressaltou. "Nesse contexto, o indeferimento do pedido de adicional de insalubridade viola o artigo 189 da CLT ".

O relator lembrou ainda que a aplicação de injeções de forma rotineira no decorrer da jornada de trabalho permite o enquadramento da atividade no Anexo 14 da Norma Regulamentadora 15 do extinto Ministério do Trabalho, que trata da exposição aos agentes biológicos.


A decisão foi unânime.


Nota M&M: Destacamos que esta decisão foi aplicada neste processo específico, e pode servir como um norteador para futuras sentenças. Porém, situações semelhantes poderão ter decisões diferentes, especialmente nas esferas de primeiro e segundo graus.


Fonte: www.tst.jus.br/, Processo: RR-1000432-96.2016.5.02.0442, com adaptações e "nota" da M&M Assessoria Contábil.








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