Dados da Relação Anual de Informações Sociais mostram crescimento no
emprego celetista no país
Dados
da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgados
em 17/10/2019, mostram o crescimento do emprego formal em 2018. O ano passado
fechou com 46, 63 milhões de vínculos, 349,52 mil a mais do que em 2017, o que
corresponde a um aumento de 0,8% nos postos com carteira assinada no país.
Nos 12 meses de 2018, o emprego celetista registrou crescimento de
371.392 mil postos, 1,02% a mais do que em 2017. Houve crescimento em quatro
das cinco regiões do país, sendo que o Nordeste teve o maior aumento relativo
na oferta de vagas. Das 27 unidades da federação, 19 fecharam com desempenho
positivo no emprego formal - principalmente Maranhão, Mato Grosso, Amapá, Santa
Catarina e Amazonas.
O aumento no emprego foi maior na faixa de trabalhadores com idades
entre 40 e 49 anos. Em relação à escolaridade, a maior variação positiva foi no
grupo dos empregados com ensino superior completo. E a diferença entre homens e
mulheres diminuiu, sendo que o emprego feminino foi o que mais cresceu.
Confira abaixo os principais resultados:
Setores
Dos oito setores econômicos, o maior crescimento absoluto em 2018 foi nos
Serviços, que abriu 456 mil novas vagas em todo o país, um aumento de 2,72%. Se
for considerado o tamanho do setor, os Serviços Industriais de Utilidade
Pública registraram melhor desempenho, com uma expansão de 2,97% referentes ao
acréscimo de 13 mil vagas.
Construção Civil abriu 23 mil novas vagas, apresentando crescimento de
1,24%, e Extrativa Mineral ficou estável com a contratação de aproximadamente
300 pessoas e crescimento de 0,14%.
Desempenho
regional
Quatro das cinco regiões tiveram desempenho positivo em 2018. O emprego formal
cresceu 1,21% no Nordeste; 1,10% no Sul; 0,96% no Norte e 0,67% no Sudeste. Na
região Centro-Oeste houve queda de - 0,52%.
Em números absolutos, a concentração do emprego foi maior no Sudeste,
que abriu 153,02 mil vagas no último ano. Já o estado com o maior crescimento
relativo no emprego em 2018 foi o Maranhão, com aumento de 4,78% no estoque de
empregos formais.
Considerando as vagas abertas, o principal empregador formal foi o
estado de São Paulo, onde foram criadas 119,18 mil oportunidades de emprego.
Minas Gerais, aparece em segundo lugar, com 49,91 mil; seguido de Paraná (42,21
mil) e Bahia (37,78 mil).
Homens
e mulheres
Houve crescimento tanto no emprego masculino quanto no feminino. As mulheres
passaram de 20,36 milhões em 2017 para 20,54 milhões em 2018. A presença dos
homens no mercado subiu de 25,91 milhões para 26,08 milhões no mesmo período.
A representatividade do emprego feminino, em relação ao total de vagas
formais do mercado cresceu levemente. Passou de 40% em 2017 para 40,1% em 2018.
Faixa
etária
Em 2018, as faixas etárias que apresentaram maior crescimento foram as de
trabalhadores com mais de 30 anos. A maior parte das vagas que surgiram no
último ano foi ocupada por empregados que tinham entre 40 e 49 anos - foram 258
mil postos a mais, um crescimento de 2,47% em relação a 2017. A faixa de quem
tinha mais de 50 anos aumentou em 183 mil vagas, aumento de 2,19%, e a dos
trabalhadores com idades entre 30 e 39 anos teve acréscimo de 83 mil vagas,
variação de 0,57%.
A maioria dos trabalhadores formais brasileiros possui entre 30 e 39
anos. Eles são os responsáveis por 31% de toda a força de trabalho no país. Em
seguida, vêm a faixa de 40 a 49 anos (23%) e dos 50 anos ou mais (18,3%). Os
trabalhadores de até 24 anos e os que têm entre 25 e 29 anos respondem por
13,9% do mercado cada.
Escolaridade
Vagas destinadas a trabalhadores com maior escolaridade foram as que mais
cresceram em 2018. Os postos destinados a quem tinha ensino superior completo
tiveram um acréscimo de 458 mil, 4,46% a mais do que em 2017. Para superior
incompleto, o incremento foi de 69 mil vagas, crescimento de 3,87%. No ensino
médio completo, o aumento foi de 367 mil vagas, variação de 1,64% em relação ao
ano anterior. As demais escolaridades tiveram fechamento de vagas.
Ensino médio completo é a escolaridade com maior presença no mercado
formal de trabalho. Quase metade dos vínculos com carteira assinada no país são
destinadas a trabalhadores que concluíram o ensino médio, mas não chegaram a
entrar em uma faculdade. Em 2018, pessoas com este perfil preencheram 48,8% do
total dos vínculos empregatícios.
Raça e
cor
O emprego aumentou em 2018 para os trabalhadores que se autodeclararam pretos,
pardos e indígenas e diminuiu para aqueles que se dizem brancos ou amarelos.
Este cálculo não leva em conta aqueles trabalhadores que não tiveram a raça/cor
informada pelos empregadores - o universo de empregados que tiveram essa
informação incluída na Rais foi de 33,7 milhões (72,3% do estoque).
Pessoas
com deficiência
A participação de pessoas com
deficiência no mercado formal cresceu no último ano. Em 2017, elas ocupavam
0,95% das vagas formais. Em 2018, passaram a ocupar 1,04%. O número de vínculos
cresceu de 441,33 mil para 486,75 mil. O aumento foi maior para os
trabalhadores com deficiência múltipla (19,66%), visual (19,60%) e intelectual
(18,09%). Mas a maior parte das pessoas com deficiência no mercado formal
possui deficiência física, que representa 47,3% do total.
Imigrantes
Entre os imigrantes, os trabalhadores com maior presença no mercado
formal em 2018 foram os haitianos, que ocuparam 46.820 vagas. A segunda
nacionalidade com maior presença no mercado brasileiro foi a paraguaia (8.715),
seguida da portuguesa (7.438) e da venezuelana (7.353). Esta última, embora
apareça em quarto lugar no número de vagas, foi a que mais cresceu. Em 2017, os
venezuelanos eram 2.711, o que significa que a expansão foi de 171,23%.
Estabelecimentos
Cerca de 8,08 milhões de estabelecimentos entregaram a Rais 2018, uma queda de
-1,28% em relação a 2017, quando o número de estabelecimentos era de 8,18
milhões. Do total do último ano, 3,9 milhões, o que corresponde a 47,8%, tinham
empregados e 4,2 milhões, 52,2%, não possuíam funcionários (Rais negativa).
A maior parte dos empreendimentos que entregaram a Rais é do setor de
Serviços, que também concentra a maior parte das empresas sem funcionário - são
1.495 pessoas jurídicas que empregam trabalhadores e 2.254 que entregaram a
Rais negativa.
Mais da metade dos empreendimentos com funcionários, 2,17 milhões, tinha
em 31 de dezembro de 2018 entre 1 e 4 empregados. No entanto, os principais
empregadores foram as empresas com mais de 1000 funcionários. Enquanto o grupo
de até 4 trabalhadores empregou 4,15 milhões de pessoas, o de mais de 1000
empregou 11,82 milhões.
Fonte: Ministério do Trabalho
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