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O que 2020 reserva para as Pequenas e Médias Empresas


Publicada em 19/12/2019 às 16:00h 


Evento promovido por empresa de software de gestão em São Paulo discutiu o futuro dos pequenos e médios negócios

Prestar atenção às demandas de mercado é um dos segredos para ter uma empresa bem-sucedida. Segundo dados do Sebrae, no Brasil, existem 20 milhões de empreendimentos. Desses, 70% são pequenos negócios. Há, portanto, uma cadeia: quem fornece em um momento é consumidor em outro.

Sendo assim, existe uma fatia enorme de soluções para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs). 

Marcelo Lombardo, CEO e fundador da Omie, companhia de software de gestão para pequenos empreendimentos, percebeu que, nesse cenário, existia o que ele define como um "gap de eficiência".

Durante encontro promovido em São Paulo na última semana, Lombardo afirmou que o segmento de soluções para PMEs é gigantesco e, ainda, pouco assistido. Foi pensando nisso que criou, em 2013, a Omie. Na época, ele já trabalhava com o desenvolvimento de softwares de gestão, mas com foco em grandes indústrias. "Eram contas importantes, mas nossa vida era miserável, porque concorríamos com marcas de maior porte", lembra o CEO.

A atenção dele, então, voltou-se para um nicho pulsante. "Percebemos que tinha um movimento acontecendo. O governo estava baixando a régua da governança fiscal. Estávamos vendo, no horizonte, o fim da informalidade." A partir daí, a Omie apostou nos novos empreendedores que surgiam. Hoje, emite mais de R$ 5,3 bilhões em nota fiscal ao mês por meio da plataforma e são, aproximadamente, 85 mil usuários conectados todos os dias.

A maior dificuldade para consolidar o negócio foi mostrar a necessidade para gestores. "Temos 18,5 milhões de CNPJs e mais de 90% dessas empresas não têm um software de gestão. O pessoal me pergunta qual o nosso principal concorrente no mercado, e eu digo que é a Tilibra, fábrica de caderno, papel e caneta."

Para mostrar a importância do sistema, foi preciso entender de que maneira seria estabelecido o elo entre a startup e o cliente final. Verificou-se que os contadores eram os principais influenciadores.

"Entendemos que o custo para o contador caía em 80%. Porque, até ali, ele era um cartório do século passado. De repente, todo trabalho manual foi substituído por uma integração digital, com nota fiscal, com muito menos chance de erro."

A startup notou que não tinha que escalar a venda de software, mas a confiança. Essa percepção foi o estopim para iniciar o processo de franchising da marca, que, agora, conta com quatro unidades próprias e 110 franquias no País. Com estrutura mínima de três pessoas, o investimento para se tornar um franqueado é em torno de R$ 70 mil.

A partir dessa experiência, Lombardo acredita que o desenvolvimento do mercado das PMEs é imprescindível para a economia do País. "A média de faturamento de uma PME no Brasil é de US$ 37 mil por ano. Nos Estados Unidos, a mesma empresa, com a mesma estrutura, fatura US$ 182 mil. A PME emprega 54% da mão de obra, porém, gera só 27% do nosso PIB. Se corrigirmos essa distorção, podemos nos transformar em primeiro mundo só em cima do empreendedor", prevê.

Como aproveitar as oportunidades da indústria 4.0

Fernando acredita que, no futuro, as empresas darão dispositivos móveis aos clientes para facilitar

A quarta era da indústria tem como seus principais pilares a tecnologia para automação e para o controle de dados e informações. As pequenas e médias empresas fazem parte desse movimento e podem encontrar nele novas possibilidades. Esse foi o tema discutido por Fernando Seabra, em São Paulo.

O especialista em negócios, inovação e startups acredita que o crescimento do empreendedorismo não configura uma divisão entre velha e nova economia. "Não dá para falar que a Ford ou a Tesla fazem parte de uma velha economia. Existe uma nova forma de fazer negócio através de digitalização", pondera.

O mentor do programa da Band TV Planeta Startup destaca que, nesse contexto, as empresas devem ficar atentas para a experiência que oferecem para a clientela. "O foco, que antes era na indústria, vai para o serviço, para o atendimento." Sendo assim, estar presente em todas as plataformas é fundamental.

"Este momento da economia é o que chamo de era omnichannel, uma migração do relacionamento em todas as plataformas. Se isso não acontece, tem que estar no planejamento."



Outra mudança contemporânea importante, segundo o especialista, é a relação do cliente com o produto. Seabra acredita que a geração atual não está interessada em possuir, mas em ter acesso ao que deseja. Embora a Indústria 4.0 seja uma realidade, ele diz que ainda existem muitas empresas vivendo a segunda e a terceira fases. "Entre as grandes empresas, há 30% adotando iniciativas da Indústria 4.0, 25% pensando em implementar e 45% ainda nem pensaram. No cenário brasileiro, podemos falar que nem 10% de todas empresas sabem o que é isso."


Para os próximos anos, ele afirma que é preciso estar atento aos dispositivos móveis. "Existe uma expectativa que, até 2025, toda a população global tenha possibilidade de acesso. Os dispositivos não vão mais ser comprados. Muitas empresas vão doar, subsidiar, porque é através disso que quem está em casa vai comprar as suas coisas", expõe. Esse contexto, inclusive, vai injetar cerca de 5 bilhões de possíveis consumidores.

Como fica o empreendedorismo e o trabalho no Brasil

Daniel Quandt [Plataforma de Inovação Distrito] - "Não podemos ficar só falando de inteligência emocional, realidade do empreendedorismo, e esquecer dessas pessoas no meio desse tsunami de tecnologia." 

Marcelo Furtado [CEO da Convenia] - "A educação não foi construída para soft skills, mas para formar PIB. Se a nova mão de obra é a única preparada para inovação, não vai mais ter especialista no mundo. Sinceramente, não quero voar em um avião em que o piloto é um millennial despreparado, flexível e que não quer seguir carreira."

Amanda Gomes [Programa ELAS] - "Eu ampliaria os soft skills para uma educação emocional. Você perde dinheiro quando um talento vai embora porque emocionalmente ele não sabe lidar com o conflito de gerações, com não ter em um curto espaço de tempo aquilo que ele tem expectativa, com não saber de submeter a ordens."

Luiz Candreva [Hub/SP] - "O grande impulsionador da China é a mão de obra barata, quase escrava, em volume, que gera um monte de riqueza. Mas não enxergo a China como o país do futuro, porque cada vez a mão de obra tem menos valor. O país do futuro é o que tem energia barata, como a Estônia. Porque vai ser software, servidor e automação. Vamos migrar para um cenário que o ser humano tem um valor menor no modelo de trabalho."

Fonte: Jornal do Comércio do RS


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