A principal
razão para incluir um produto no carrinho de compras, apontada por 37% dos
entrevistados que não são leais às marcas, é uma boa oferta de preços.
Um levantamento aponta que 64% dos brasileiros não têm
marcas preferidas e levam em conta fatores como preço e valores pessoais para
fazer suas escolhas de produtos. Na chamada Geração Z (GenZ), formada por
nascidos a partir de 1995, a infidelidade a marcas chega a 65%. A conclusão é
do estudo Think Consumer Goods, realizado pela consultoria Offerwise e
divulgado nesta terça-feira pelo Google.
A principal razão
para incluir um produto no carrinho de compras, apontada por 37% dos
entrevistados que não são fiéis a marcas, é uma boa oferta de preços.
A conexão de marcas
com os valores pessoais foi o segundo fator mais citado, por 21% dos
entrevistados. Apesar do percentual pouco acima de um quinto do total, a
maioria absoluta dos entrevistados (88%) concorda que há marcas capazes de se
conectarem melhor com os consumidores do que outras concorrentes.
A sustentabilidade
foi um aspecto citado por 43% dos entrevistados como diferencial de propósito
entre as marcas. Já valores como diversidade e igualdade foram apontados como
relevantes para a relação com as marcas por 38% da amostra da pesquisa. Outros
20% citaram propósito e 18% inclusão.
O diretor de negócio do Google, Marco Bebiano,
aponta que a consolidação de valores é uma ferramenta também para capturar os
consumidores em meio à escalada de custos do mercado do consumo, especialmente
após o pico de Covid-19 e a Guerra da Ucrânia.
"É uma discussão que
vai além do ESG, se não crio valor pra minha marca as pessoas não vão conseguir
perceber o valor que ela tem e não vão querer pagar o que eu acho que ela
vale", afirmou o executivo.
De acordo com os
entrevistados, a forma mais eficaz de iniciar uma conexão com os consumidores é
por descontos e benefícios, apontado por 65% dos entrevistados - o percentual
entre mulheres chega a 70%.
As experiências de
compra mais personalizadas foram um fator para 45%, sendo que 40% dos
consumidores escolhem produtos personalizados. Entre a Geração Z, o percentual
que opta por personalizados é de 44%. A diretora de GenZ do Google, Maria Dafne, exemplifica produtos personalizados
como cadeiras de praia adequadas para pessoas gordas.
Os consumidores
também estão atentos a como o discurso de valores das marcas se reflete em
ações concretas. O "falar menos e agir mais" foi destacado por 29% dos
entrevistados, fatia que sobe para 35% na Geração Z. A parceria com criadores
de conteúdo, mencionada por 17%, também foi apontada como um caminho para criar
conexão.
O streamer Casimiro
Miguel, que participou do evento de divulgação da pesquisa, aponta que os
criadores de conteúdo podem identificar. Ele exemplifica uma ação de
publicidade com a Heinz, executada no horário em que ele realiza suas
transmissões diárias. "Acham que ninguém está acordado às 3h da manhã, mas
estão sim", exemplifica.
A head de marketing
transformacional do Zé Delivery, Paula Guz, destacou que o aplicativo da AmBev
também busca a fidelização de clientes por meio dos benefícios, como a troca de
pontos por ingressos de shows do Coldplay. "Com o Zé fizemos um movimento de
construir uma marca que nasce como e-commerce, mas temos que construir o topo
do funil, que é o movimento inverso. Tenho desempenho no dia a dia e preciso
construir marca", afirma a executiva.
A head de negócios
para bens de consumo do Google, Letícia
Arslanian, aponta que as grandes empresas devem crescer em ritmo cinco vezes
mais lento que as novas companhias nos próximos cinco anos. "Estamos em um
momento de muita transformação", afirma a executiva.
Fonte: G1 / Valor On-line
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