No Brasil, quatro (40%) em cada dez
provedores de internet contaram neste ano com um departamento ou uma
equipe de funcionários incumbidos exclusivamente de proteger dados pessoais dos
clientes. De acordo com a quinta edição da pesquisa TIC Provedores, o
incremento é incorporado melhor pelo segmento do que por outros do
setor privado, já que somente 23% das empresas como um todo dispõem de
iniciativas semelhantes.
O que mais se adotou, a fim de seguir a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais
(LGPD), foi o desenvolvimento de uma política de privacidade que deixe claro
como irão usar os dados pessoais (57%) e a realização de testes de segurança
contra vazamento de dados (58%). Uma parcela de 30% optou por atribuir a um
empregado a função de zelar pela proteção de dados pessoais, proporção que é
somente de 17% entre o total das empresas, segundo a TIC Empresas 2021.
A pesquisa mostra ainda que 23% dos provedores disseram ter sofrido
ataques de negação de serviços (DDoS) em 2022, mesmo patamar registrado no
levantamento anterior, de 2020. Ao todo, 34% das empresas com mais de 6 mil
clientes foram alvo desse tipo de ataque, contra 24% das que fornecem o serviço
para menor número de clientes.
A nova edição do relatório também indica, entre 2020 e 2022, aumento na
quantidade de médias empresas que oferecem o serviço de internet. O
percentual passou de 13% para 17% no período. Já a participação das
microempresas (com até nove pessoas ocupadas) diminuiu no setor, caindo de
56% para 46%.
Levando-se em conta as empresas de todo tipo de porte, o setor era representado
por 11.630 em 2022, número inferior ao de 2020, quando 12.826 estavam em
atividade. Segundo o gerente do Centro Regional de Estudos para o
Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), Alexandre Barbosa, o
total de companhias que atuam no ramo é grande, se comparado com o de outros
países. "Nos últimos anos, tem-se observado uma tendência de fusões e
aquisições e maior interesse de fundos de investimento no setor, o que pode ser
uma das explicações para o crescimento na participação das médias empresas.
Isso demonstra que a consolidação é um movimento em curso no mercado
brasileiro", acrescenta o especialista.
Outro dado que consta do relatório lançado hoje diz respeito à presença da
fibra óptica, que permanece como principal tecnologia de conexão à internet. Em
2022, foi disponibilizada por 95% dos provedores em
atividade no território nacional.
Em relação às condições das redes de transmissão, o estudo mostra redução na
quantidade de empresas que ofereciam acesso apenas por meio de infraestrutura
própria, de 2020 para 2022. O que se observou foi uma queda de 70% para
60%. Já a proporção de provedores que adotavam modelo misto, com acesso tanto
por meio de infraestrutura própria quanto de terceiros, avançou de 25%
para 37% no mesmo período.
Fonte: Agência Brasil
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