Presidente do Banco Central, responsável pelo Pix, esclarece que pela
ferramenta ser a forma de pagamento mais usada do país, as fraudes também
aumentam proporcionalmente
.
A empresa de
pagamentos em tempo real ACI Worldwide revelou que, apenas em 2023, os
criminosos desviaram R$ 1,5 bilhão dos brasileiros em golpes do Pix.
Segundo a estimativa da empresa, a cada R$ 10 mil movimentados em pagamentos
instantâneos, que incluem Pix e TED, R$ 7 tiveram fins fraudulentos. Para
chegar ao resultado, a ACI, com auxílio da empresa de estatística Global Data,
usou sua própria base de atendimento, que chega a 40% dos consumidores do país,
para retirar uma amostra que representasse o universo de pagamentos
instantâneos, que movimentou R$ 19,4 trilhões em 2023. Os dados foram
complementados por entrevistas com instituições financeiras.
O levantamento considera apenas os chamados golpes
financeiros, em que o cliente é induzido a fazer a transferência para a conta
do criminoso, usando as próprias credenciais. Fraudes que driblam a segurança
dos bancos ficaram de fora dos cálculos.
No país, 27% dos golpes partiram de pedidos de
pagamento antecipado por produtos ou serviços e 20% pediram transferência para
compras de produtos. Sites e mensagens falsas são a principal isca para aplicar
golpes, de acordo com o superintendente de inteligência em pagamentos da ACI,
Cleber Martins.
Ainda assim, o presidente do Banco Central, Roberto
Campos Neto, rebateu em julho as críticas sobre o aumento no número de fraudes
com o Pix. Ele disse que, na comparação com diversos outros sistemas, o
pagamento instantâneo brasileiro, desenvolvido pela autarquia, é bem mais
seguro.
"Às vezes eu vejo uma narrativa nesse tema de
segurança que é muito fora da realidade. Eu vejo, de vez em quando, os artigos
escrevendo que o número de fraudes aumentou muito. Não, o número de fraudes
aumentou muito porque muitas coisas passaram a ser feitas com o Pix. A conta
que você tem que fazer não é em números absolutos", afirmou o
presidente.
Segundo Campos Neto, enquanto o Pix tem 7 fraudes a
cada 100 mil operações, nos cartões de crédito a média é de 30 fraudes a cada
100 mil operações. Já o sistema da Inglaterra equivalente ao Pix tem uma média
de 100 fraudes a cada 100 mil operações, segundo ele.
O presidente do BC mencionou estudos internacionais,
como um realizado recentemente pelo Banco Mundial, que mostram que o Pix tem
uma taxa de fraudes abaixo da média mundial.
"É óbvio que quando você passa a ter 224
milhões de operações por dia, as fraudes crescem. E a gente está tentando
combater isso. Mas quando a gente faz a comparação, que é a comparação que
deveria ser feita, o Brasil está bem melhor do que muitos outros
sistemas", afirmou. "Eu acho que a gente precisa explicar, contar
melhor a história", disse.
Fonte: Contábeis / Folha de S
Paulo
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