O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou uma decisão
importante que impacta diretamente o processo de cobrança de dívidas civis no
Brasil. Agora, a Justiça pode autorizar a apreensão de documentos como a
carteira de motorista (CNH) e o passaporte de devedores inadimplentes. A medida
busca estimular acordos entre credores e devedores, promovendo a quitação de
débitos de forma amigável.
A seguir, entenda em detalhes como essa decisão funciona, quem pode
ser afetado e quais são as implicações práticas dessa mudança.
Em quais casos a apreensão de documentos pode ser aplicada?
A apreensão de documentos está autorizada em situações que
envolvem dívidas
civis, como:
·
Empréstimos bancários não pagos
·
Financiamentos inadimplentes
·
Cheques sem fundo
·
Compras parceladas não quitadas
Contudo, nem todas as dívidas se enquadram nessa nova diretriz.
Débitos de pequeno valor, dívidas
trabalhistas e tributárias continuam sob regras
específicas e estão fora do alcance dessa medida.
Como funciona
o processo de apreensão de CNH e passaporte?
A apreensão não
é automática. Para que ocorra, o credor precisa ingressar com uma
ação judicial solicitando a restrição dos documentos. A decisão final cabe ao
juiz, que deverá avaliar:
·
A gravidade da dívida
·
O comportamento do devedor
·
A necessidade da medida para estimular a
negociação
Esse processo assegura que a aplicação da medida respeite o
princípio da proporcionalidade e os direitos fundamentais do devedor.
O STF deixou claro que, ao avaliar o pedido de apreensão, o juiz
deve considerar a atividade profissional do devedor. Profissionais como:
·
Motoristas de aplicativo
·
Caminhoneiros
·
Representantes comerciais
·
Trabalhadores que precisam viajar a serviço
devem ser protegidos de restrições que possam impedir o exercício
de suas funções. Caso contrário, a medida pode ser considerada desproporcional
e, portanto, inválida.
Quais as
implicações práticas da decisão do STF?
A decisão representa um marco no direito de cobrança civil. Ela:
·
Estimula acordos extrajudiciais
·
Aumenta a eficácia na recuperação de crédito
·
Reduz a necessidade de medidas mais gravosas,
como penhora de bens
Entretanto, também traz desafios. Há preocupação com o respeito aos
direitos fundamentais do devedor e com a análise criteriosa de cada caso para
evitar abusos.
Em resumo, a nova diretriz busca equilibrar o direito de crédito
dos credores com a proteção da dignidade e da atividade profissional dos
devedores.
Fonte: Portal Contraponto